quarta-feira, 5 de novembro de 2008

FERIAS 2008

Férias na freguesia de Pedrógão em 2008

Este ano por gentileza da nossa irmã em Cristo Fátima Esteves em ceder-me a sua casa nesta freguesia que pertence ao concelho de Torres Novas. Dista de Torres Novas cerca de 7 quilómetros junto à serra D’Aire e é uma aldeia com 2103 habitantes (dados dos Censos de 2001) com uma área: 39, 5 Km2 e tem 5 lugares na sua composi-ção e são eles:

- Pedrógão
- Vale da Serra
- Casais Martanes
- Alqueidão
- Adofreire

É uma freguesia pacata, boa para umas férias sossegadas sem qualquer tipo de agitação quer de dia quer de noite visto que não tem poluição sonora, à noite tem-se a sensação que estamos isolados de tudo, ao olhar-se para o céu pode-se deslumbrar um céu cheio de estrelas, coisa que é difícil para quem vive em centros urbanos como Lisboa ou Sintra.

Embora Pedrógão não possua muitos locais de interesse turístico, não deixa de ser uma Freguesia bonita de se visitar. Não só pelo verde da Serra d' Aire, hoje incluída no Parque Natural da Serra D' Aire e Cande-eiros, como pelo terrenos de cultivo salpicados das velhinhas oliveiras, figueiras e amendoeiras que caracterizam esta zona.

Percorrendo os nossos cincos lugares pode em:

Pedrógão:

- A Igreja Paroquial de Pedrógão
- A Quinta de São João
- Poço de São João Baptista (Poço Novo)
- A Rotunda do Vale

Vale da Serra:

- Igreja de Vale da Serra
- As grutas no Casal João Dias – pertencentes ao Centro de Interpre-tação das Grutas do Rio Almonda
- Parque de Merendas - no Casal João Dias, já inserido do PNSAC (Parque Natural Serra D' Aire e Candeeiros) e contíguo a uma zona onde está a ser implantado o Campo Escola Serra d' Aire (Centro Internacional de Escutismo).
- Percurso a pé pela Serra D'Aire.

Casais Martanes:

- Gruta da nascente do Rio Almonda junto ao Moinho da Fonte

Alqueidão :

- Igreja de Nossa Senhora da Piedade
- Crossódromo Internacional de Alqueidão


Adofreire:

- Capela de Nossa Senhora da Guadalupe

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

LENDA DE DEU-LA-DEU MARTINS

O brasão de armas de Monção perpétua esta figura portuguesa do tempo das guerras de D. Fernando, Rei de Portugal, com D. Henrique de Castela, no longínquo século XIV: em campo branco uma torre, no alto da qual emerge um vulto de mulher, em meio corpo, segurando um pão em cada uma das mãos; em volta a legenda, Deus a deu – Deus o há dado.
Pois esta é a história de Deu-La-Deu Martins, a mulher do capitão-mor de Monção, Vasco Gomes de Abreu, e dos actos de bravura que fizeram dela a heroína desta vila nortenha.
Estava-se na época em guerra, como já disse. Vasco Gomes de Abreu ausentara-se em serviço do Rei de Portugal e por esse motivo o adiantado da Galiza, D. Pedro Rodrigues Sarmento, general de Henrique de Castela, resolveu aproveitar a ocasião para cercar a vila Monção com um poderoso exército. A vila aguentou o cerco apesar da falta de recursos de todo o género. Os alimentos eram escassos, os homens válidos para a defesa eram muito poucos. Deu-la-Deu assumiu o comando da praça e, durante todo o tempo que durou o cerco, dirigiu os seus homens, lutou a seu lado nos momentos de maior perigo, dando coragem aos vacilantes e desesperados, deu assistência aos feridos, fechou os olhos espantados de céu e dor dos mortos. Desmultiplicou-se, sem um momento de desânimo, sem fraquejar.
Porém, dentro dos muros da praça, esgotava-se tudo, lentamente: os recursos militares, a alimentação, os próprios homens e a também coragem. O desespero alastrava sobre espíritos e corpos dos massacrados defensores da praça por dias e dias de expectativa num lance decisivo.
E foi num nesses momentos de desespero que, lúcida, Deu-la-Deu mandou recolher a já pouca farinha que existia na vila para fazer alguns pães. Os olhos famintos e esbugalhados dos habitantes chisparam de ténue mas selvagem alegria. O pão, o último naco! Depois a morte, mas que interessa isso se ela nos espera na mesma e nós estamos fartos de a esperar!
Prontos os pães, Deu-la-Deu subiu à muralha com eles na mão. Chegou-se a uma ameia e atirou-os aos sitiantes, espantando os seus conterrâneos, sem forças para mais gritou bem alto:
A vós, que não podendo conquistar-nos pela força das armas, nos haveis querido render pela fome, nós, mais humanos e porque, graças a Deus, nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos esse socorro e vos daremos mais, se o pedirdes!
Na verdade, também o inimigo tinha muita fome. Por isso, face àquele desperdício de pão, acreditaram que existia fartura entre os sitiados e levantaram cerco, partindo para terras de Espanha.